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Os Mecanismos de Defesa do Cérebro - POST117

  • Foto do escritor: Bárbara Areias
    Bárbara Areias
  • 26 de jul. de 2021
  • 5 min de leitura


O cérebro humano moderno está constantemente imaginando cenários, é assim que navegamos pelo mundo: se eu for lá, o que vai acontecer? E se eu preferir ir por aqui? Muitos desses cenários são inúteis e envolvem resultados negativos.


Temos essa capacidade de imaginar, de prever, e isso nos leva a pensar que coisas ruins podem nos acontecer, embora nunca aconteçam. No entanto, antecipar consequências nos preocupa nos causando estresse e ansiedade.


De certa forma, o cérebro está constantemente acionando o mecanismo de detecção de ameaças. Quando não estão ocupados monitorando o funcionamento dos processos fundamentais de que precisamos para nos manter vivos.


Ele se prepara para o que está por vir. Isso é outro mecanismo de defesa. É uma questão de sobrevivência. E essa é uma lição que nosso cérebro aprendeu ao longo de milhões de anos e ainda está lá, é inerente.


Conceito criado pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939), o "pai" da psicanálise, e aprofundado por sua filha e discípula, Anna Freud (1895-1982)… Os Mecanismos de Defesa são subterfúgios criados pelo ego (a concepção que todo mundo tem a respeito de si mesmo) diante de determinadas situações, com o objetivo de proteger a pessoa de prováveis dores, sofrimentos e decepções.


São reações automáticas, sem intenção definida. Todo indivíduo, ao longo do seu desenvolvimento emocional, forma sistemas de defesa que ajudam a lidar com conflitos emocionais e os desafios e demandas da realidade. Quando um mecanismo de defesa é ativado, ninguém para e pensa: "Agora vou usar tal mecanismo".


Elas têm a função de estabilizar a reação diante de um sofrimento emocional, trazendo alívio temporário diante da situação.


Alguns mecanismos de defesa:

Formação reativa

Entra em ação quando a pessoa adota um comportamento exatamente oposto ao do que realmente é sentido ou vivenciado de forma recalcada. Reverte-se na direção contrária ao desejo verdadeiro porque se deixar levar pela vontade original traz sofrimento. Exemplos: mães superprotetoras que compensam uma culpa ou raiva inconsciente do incômodo causado pela chegada dos filhos em suas vidas; parceiro "grudento" que não percebe quão raivoso está de quem diz amar; uma pessoa que tem fantasias sexuais que considera perversas, mas não admite sentir isso e se torna uma pessoa extremamente moralista.


Repressão ou recalque

É a ruptura do afeto e da representação ligada a um acontecimento traumático que, por sua vez, é empurrado para o inconsciente —deixando, entretanto, reminiscências. A pessoa tende a esquecer situações que foram desagradáveis, que causaram sofrimento. Entretanto, se ela não enfrentar esse medo, ele permanecerá com ela a vida toda e sempre que se deparar com um contexto que a faça lembrar do trauma, o medo voltará, causando ansiedade.

É o que acontece em casos de abusos sexuais ou psicológicos na infância. Também configura a tentativa de fazer desaparecer da mente os impulsos ameaçadores ou sentimentos e desejos vistos como inoportunos e desagradáveis. O mecanismo atua como como uma segunda censura, levando para o inconsciente sentimentos socialmente reprováveis —como o desejo por alguém tido como "proibido", por exemplo. Alguns elementos surgem de forma simbólica nos sonhos.


Negação

A pessoa nega um fato que aconteceu, se recusa a aceitar a verdade ou a realidade, não apenas para os outros, mas para si mesma. Há o bloqueio do reconhecimento de uma verdade incontestável (dolorosa ou inoportunamente prazerosa). Um exemplo emblemático é o de pais que se recusam a lidar com a sexualidade dos filhos ou simplesmente se negam aperceber que eles cresceram. A negação da pandemia e das consequências da contaminação do coronavírus também serve como "amostra".


Projeção

Mecanismo em que a pessoa atribui a alguém uma característica dele e que normalmente não aceita ou não vê com bons olhos —inveja, vontade de cometer uma traição, raiva, críticas etc. Trata-se sempre de rejeitar o que se recusa a reconhecer em si ou o que se recusa ser.


Sublimação

Consiste no ato de transformar ou substituir o desejo que "escapa" do recalque, conservando seus elementos principais, mas se satisfazendo de outro modo que seja socialmente aceitável. A pessoa canaliza sentimentos, desejos e pensamentos em comportamentos socialmente aceitáveis, como praticar uma arte marcial como forma de conduzir melhor tendências de agressividade.


Regressão

A regressão é um retorno a formas anteriores do desenvolvimento do pensamento, das relações e da estruturação do comportamento. Os sonhos, por exemplo, são uma forma de regredir ou revisitar situações ou pensamentos recalcados em outra região temporal que, muitas vezes, não foram resolvidos de forma satisfatória. Exemplos: choro compulsivo quando não se atinge uma expectativa almejada ou quando um adulto ou mesmo uma criança usa estratégias infantis para resolver algo, dizemos que ele regrediu.

Fontes: Adriane Branco, psicóloga especialista em TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental)

Segundo o neurocientista americano Bruce McEwen, ficamos estressados quando nos sentimos desafiados ou em perigo. A resposta do corpo vem na forma de ansiedade, aceleração cardíaca, liberação de adrenalina e aumento nas funções da memória, e essas alterações nos deixam mais aptos a tomar decisões rapidamente e encarar desafios e perigos na vida.


Um pouco de estresse faz bem mas como equilibrar o estresse e dominar melhor nossos Mecanismos de Defesa? A Entrepreneur listou seis recomendações.


1 – Dê um tempo

Pode parecer difícil, mas em situações de estresse, quando sentimos que tudo está fora de controle, é fundamental fazer uma pausa mental e emocional. Esse tempo ajuda a acalmar a natureza reativa da nossa mente e evita soluções de escape que podem ter consequências piores do que lidar com o nível de ansiedade que estamos sentindo.


2 – Equilibre-se

Tempos difíceis pedem que olhemos com maior atenção para outras áreas de nossas vidas sobre as quais podemos ter maior controle. A alimentação é uma delas. Fazer refeições balanceadas, limitar álcool e controlar a ingestão de cafeína, além de praticar exercícios físicos e dedicar o número de horas adequado ao sono são medidas eficientes para equilibrar o corpo fisicamente e quimicamente. Com o corpo equilibrado fica mais fácil lidar com o estresse.


3 – Respire fundo

Estresse e ansiedade elevados fazem com que a respiração fique curta e rápida, desfavorecendo a oxigenação do cérebro e, consequentemente, prejudicando nosso raciocínio e pensamento crítico. Portanto, pare e tente respirar calma e profundamente, prestando atenção aos movimentos de inspiração e expiração. Normalmente, em pouco tempo a situação começa a parecer menos desesperadora. Se não conseguir concentrar-se na respiração, pense para responder o resultado de uma conta matemática.


4 – Trabalhe mais

Pode parecer paradoxal, mas às vezes a melhor forma de vencer o estresse é focar toda a atenção no trabalho e não desistir, independentemente do nível de pressão e exaustão a que estamos submetidos. O trabalho árduo nos mantém ativos em busca de soluções para os desafios, não focados no problema.


5 – Pense positivamente

Somos invadidos por pensamentos negativos em situações de estresse, mas é importante fazer um exercício para afastá-los, trazendo à mente pensamentos positivos e de esperança. Quanto mais fixados estamos em pensamentos derrotistas, maior será a dificuldade de encontrarmos soluções inovadoras para os problemas.


6 – Peça ajuda

O estresse contínuo bloqueia nossa capacidade de ver as coisas como elas realmente são e encontrar as soluções possíveis para os problemas. Quando não conseguimos romper com as ideias fixas e estamos em um ciclo permanente de sofrimento, é recomendável pedir a orientação de pessoas mais experientes. O aconselhamento externo pode abrir nossa mente na busca da superação das dificuldades. É importante saber que não estamos sós e que há muita gente disposta a auxiliar. Portanto, deixe o ego de lado e peça socorro.

(Fonte: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios)


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