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IE parte 2 - Transparência Emocional

  • Foto do escritor: Bárbara Areias
    Bárbara Areias
  • 2 de out. de 2020
  • 6 min de leitura

POST89


Vamos voltar ao post anterior

Esse tema necessita maior aprofundamento...

4 Controlar “explosões”

...é preciso perceber que situações tendem a desencadear sentimentos negativos. Detectando seus gatilhos...



Aprenda a reconhecer a faísca antes que surja a chama


Grande parte da nossa experiência emocional surge de “faíscas”, de pequenas explosões de sensações negativas que colapsam em nosso cérebro. Estas pequenas descargas surgem devido aos desequilíbrios com o nosso ambiente. Um comentário que não nos agrada, mas diante do qual nos calamos; uma proposta com a qual não concordamos, mas que cumprimos; uma situação que devemos resolver, mas que adiamos…


Pequenas faíscas acumuladas, uma após a outra, acabam gerando uma chama. Nossa mente fica sem recursos e, no final, acabamos “queimados”, esgotados em todos os sentidos. Assim, uma primeira estratégia na qual devemos investir tempo e esforço é reconhecer esses gatilhos. Esses estímulos que nos incomodam e que devemos administrar o mais rápido possível.



“Não deixe para amanhã a preocupação que causa incômodo hoje.”



Um dado da psicologia não é muito tranqüilizador: a maior parte das atividades mentais é desconhecida pela própria pessoa ou, numa palavra técnica, ocorrem no inconsciente, que as pessoas não percebem. Numa explosão emocional, de acordo com a psicóloga Fela Moscovici, há uma onda descontrolada que “atinge todo o organismo” de modo instantâneo. Nesse momento, o pior pode acontecer.



A inteligência emocional, segundo a psicóloga, pode ser dividida em cinco pilares.


  • Autorresponsabilidade: entender o que acontece na sua vida e, partir daí, tomar suas decisões.

  • Percepção das suas emoções: reconhecer e perceber suas emoções, o que leva a diminuir a impulsividade.

  • Gerenciamento das emoções: é importante gerenciar os nossos sentimentos. Quando isso acontece, também aprendemos a lidar com a nossa própria emoção.

  • Foco: ter um objetivo para determinado projeto ou sonho. Normalmente quando isso ocorre, a tendência ou ação das outras pessoas não o afetará tanto e será mais fácil lidar com certas situações.

  • Ação: ter atitudes, mas sempre pensando e usando a inteligência, para agir em determinadas situações. É importante racionalizar e aprender como sair ou levar situações de tristeza, por exemplo. Sabendo como agir se torna mais fácil enfrentar situações adversas.



O grande objetivo da gestão emocional é promover ações conscientes, na intensidade adequada, com o alvo correto e um propósito assertivo. Para atingi-lo, experimente seguir estes quatro passos poderosos:


1º passo:

Treine seu “músculo de tolerância à incerteza”


Os seres humanos não gostam da incerte na maioria das situações, de lidar com incógnitas.


Você pode detestar a incerteza porque tem medo de como se sairia se as coisas dessem errado. Quando você não confia em sua própria capacidade de enfrentar eventos negativos, a tendência é superestimar o quão mal você se sentiria caso algo ruim acontecesse, enquanto suas habilidades de enfrentamento e resiliência são subestimadas.

Mas quando confiante, e um evento temido se concretizar, você provavelmente se sairá muito melhor do que consegue imaginar agora.



2º passo: Abrace sua vulnerabilidade


Nossa sociedade ainda valoriza pessoas que parecem fortes e impassíveis o tempo todo, como se expor à própria vulnerabilidade em alguns momentos fosse um imperdoável sinal de fraqueza de caráter.

Nos dicionários, o termo vulnerável de fato é definido como “algo ou alguém que se mostra fragilizado, suscetível a ser ferido, trocado ou ofendido. Aquilo que pode ser derrotado ou destruído”. Por isso, vivemos tentando disfarçar o sofrimento e escondendo nossas dores – tanto físicas quanto emocionais. Achamos que precisamos mostrar que somos fortes, afinal desde a infância fomos podados e ensinados a não dar vazão a sentimentos considerados “inadequados”, como tristeza, raiva e frustração.

Quantas vezes ouvimos: “não foi nada, já vai passar”? Ao longo de décadas de vida, essas tentativas equivocadas de abafar as emoções tiraram de nós a possibilidade de vivenciar o sofrimento, e assim crescemos sem aprender a lidar com ele.


Mas precisamos entender que todas as emoções são aceitáveis – eventualmente, as reações a elas que não serão; o sentimento de raiva, por exemplo, é aceitável, mas a atitude de agredir alguém não é. Sentir raiva é aceitável, há espaço para sentir, eu enxergo a sua raiva, eu permito que você a sinta e também sinto às vezes.



3º passo: Reconhecimento emocional


O reconhecimento das emoções básicas permite que criemos um tipo de mapa de nossas emoções para desenvolver uma mente calma. As emoções humanas se desdobram em uma espécie de linha do tempo. Essa linha, por sua vez, se inicia com um “gatilho” que gera uma experiência emocional e resulta em uma resposta. Quando dominamos nosso universo emocional, é possível perceber claramente como cada uma das cinco emoções básicas se expande de modo mais complexo a partir de diferentes gatilhos, originando respostas variadas dependendo de como nos sentimos.


Há anos diversas pesquisas científicas indicam que emoções mal orientadas exercem efeitos negativos sobre a saúde tanto mental (depressão, ansiedade, pânico etc.) quanto física. Em 2009, uma meta-análise promovida pela University College de Londres revelou a existência de uma forte relação entre emoções de raiva mal orientadas e ataques cardíacos, ratificando que pessoas que sabem administrar bem as próprias emoções têm maior probabilidade de vida longa e socialmente enriquecedora (Pubmed, 2009).


Ao longo de milênios de evolução, desenvolvemos um sistema de proteção e alarme muito eficaz, reagindo com ataque, fuga ou nos escondendo diante de qualquer perigo (ou percepção de perigo). Ainda hoje tentamos evitar ao máximo emoções que consideramos desagradáveis ou dolorosas, porém, no âmbito sentimental, a evasão definitivamente não é uma estratégia bem-sucedida.


A ausência de clareza emocional sobre o que você está sentindo pode provocar diversos tipos de conflitos, principalmente nas suas relações interpessoais. Você pode, por exemplo, ser rude com as pessoas ao seu redor simplesmente porque não percebeu que estava com raiva o dia inteiro por causa de um pequeno aborrecimento específico logo de manhã cedo.


É possível também que você não perceba a tristeza em alguém importante para você e, por isso, não console ou apoie aquela pessoa como gostaria. A capacidade de reconhecer as suas emoções e as emoções dos outros é fundamental para conseguir identificar também as necessidades – dos outros e as suas.



4º passo: Acolhimento como plano de contingência


Podemos controlar, evitar ou fugir de eventos externos, mas é impossível driblar questões interiores, como pensamentos e emoções. Nesse caso, o que acreditamos ser uma solução acaba agravando o problema, paradoxalmente aumentando o nosso mal-estar a médio ou longo prazo.

Na sua vida cotidiana, você tem conseguido mediar de modo equilibrado e justo seus lados racional e emocional?


Quando você não coloca na balança o que o seu lado analítico quer dizer e o que o seu lado intuitivo está transmitindo, você acaba tomando decisões 100% frias ou 100% emotivas.


Ao fazer escolhas totalmente frias, você pode acabar passando por cima dos sentimentos, necessidades e desejos dos outros para obter uma suposta vantagem calculista que te afasta das pessoas. Ao tomar uma atitude 100% intuitiva e emocional, por outro lado, você abandona a praticidade e ignora a realidade dos fatos, criando ou piorando uma situação problemática.


Racionalmente, por exemplo, fazer um regime pode parecer fácil: basta comer mais frutas e vegetais e eliminar alimentos calóricos da dieta… Até o momento em que você não teve tempo para almoçar e a empresa fica bem ao lado da melhor confeitaria da cidade. Nesse contexto, a maioria das pessoas falha porque infelizmente não desenvolveu outro tipo de habilidade fundamental: a tolerância ao desconforto.

Geralmente não somos preparados para passar por situações de decepção, raiva e frustação e só administrá-las, ou seja, ficar “parado” nelas. Pode soar contraintuitivo, porém é um equívoco frequente acharmos que, se estamos mal por alguma razão, devemos agir imediatamente para nos sentirmos bem de novo.


Dominar as próprias emoções não significa nunca mais ficar triste ou viver para sempre em permanente euforia. Primeiramente, o cérebro humano simplesmente não é programado para estar satisfeito o tempo todo – rapidamente nos acostumamos com o que conquistamos de bom e queremos mais, um fenômeno conhecido como esteira hedônica.


Além disso, ao demonizar e querer evitar a qualquer custo emoções desagradáveis, privamo-nos de passar pelos dois lados da moeda existencial: só conseguimos apreciar de fato os momentos felizes quando precisamos superar dificuldades para alcançá-los.


As emoções – principalmente as negativas – atuam como um termômetro, indicando como vão as coisas. Cabe a nós saber lê-lo, desenvolvendo a inteligência emocional necessária para navegar pelos mares de incerteza da vida com mais sabedoria.


POST88






 
 
 

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