Escrevendo sua ideia de forma mais sofisticada e humanizada. - post137
- Bárbara Areias
- 8 de jun. de 2022
- 4 min de leitura

Para isso…
As Figuras de Linguagem: Símile, Metáfora e Analogia. E a Contextualização.
Como o próprio nome sugere, o termo símile refere-se àquilo que é semelhante, parecido. Muito empregada ao fazer a comparação de dois elementos/objetos de diferentes contextos, mas que possuem alguma característica comum, estabelecendo a semelhança. Uma comparação está dizendo que algo é como outra coisa. Uma comparação é um tipo de metáfora.
Metáfora significa “transposição de sentido” na tradução de meta (algo) e fora (sem sentido). Uma metáfora muitas vezes é poeticamente dizer que algo é outra coisa.
E uma analogia é dizer que algo é semelhante a outra coisa para apresentar algum tipo de argumento explicativo.
Enquanto símiles e metáforas são usados para fazer comparações, a diferença entre símiles e metáforas se resume a:
Os símiles usam as palavras “como” ou “as” para comparar as coisas - “A vida é como uma caixa de chocolates”. Em contraste, as metáforas estabelecem diretamente uma comparação - “O amor é um campo de batalha”.
Uma declaração metafórica normalmente faz utilizar uma comparação direta entre duas coisas diferentes, e não através de comparação de diferentes aspectos de cada coisa para demonstrar semelhanças como na analogia, mas dizendo uma coisa é outra.
Ao contrário da metáfora, na analogia é necessário que encontremos pontos de semelhança entre as ideias comparadas. São apresentadas duas ideias que, a princípio, não parecem ter nada em comum, e, em seguida, se estabelece uma relação entre elas.
Um dos melhores exemplos de metáfora está no poema de Camões “amor é fogo que arde sem se ver”, no qual o poeta compara a ardência do amor com a ardência causada pelo fogo. Veja que ele está tentando mostrar o que sente quando está amando e apela para uma ideia visual, mas também sensorial, de fogo, o sentir-se queimar.
Analogia, por se tratar de um conceito muito utilizado no direito, na música, na filosofia e até na biologia, é sempre mais difícil de exemplificar. Note que, no trecho de Machado de Assis, retirado do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, ele dá uma definição do que é ser homem:
(…) o que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a instabilidade das nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.”
Ser homem, portanto, na definição do personagem Brás Cubas, é ser uma errata pensante, isto é, um ser que erra em todas as fases de sua vida, pois cada “estação da vida” tem a função de corrigir a anterior. As novas fases trarão novos erros a serem corrigidos e assim sucessivamente, até a morte.
As metáforas realmente fazem uma comparação implícita ou oculta, enquanto o símile faz uma comparação explícita com o uso de palavras de conexão. Por outro lado, a analogia é a comparação entre duas coisas diferentes, sejam extensas ou elaboradas, pois visam explicar a ideia por trás da comparação.
Dispositivos literários como metáforas e símiles resultam em uma analogia.
A analogia é um raciocínio baseado em semelhanças entre coisas e fatos distintos. Uma comparação, por exemplo. Em redação, ela pode ser um recurso de estruturação textual. A analogia pode, por exemplo, estruturar uma contextualização, o desenvolvimento argumentativo, mais conhecido como parágrafo de desenvolvimento, e até aparecer na conclusão
Contextualização é uma palavra que remete ao ato de determinar um contexto para certa coisa. Normalmente o seu objetivo é o de explicar as razões ou mesmo características precedentes a uma situação. A finalidade em contextualizar algo é argumentar sobre as características e motivos de algo acontecer. Em suma, contextualização refere-se a viabilizar entendimento e compreensão sobre um determinado tema, com o intuito de permitir a melhor forma de explicá-lo no texto.
Contextualização como significado facilita a compreensão das coisas, impedindo que se deixe algo fragmentado e desconexo, o que dificultaria o aprendizado. Quando há essa conexão de assuntos que propicia o entendimento, ocorre o que se chama de contextualização do tema.
A globalização tornou tudo muito rápido e superficial. Não se tem tempo nem interesse geral para grandes leituras e essa é uma das justificativas (ou desculpas) para a construção de artigos cada vez menores, superficiais e, consequentemente, frios.
Construir narrativas deve envolver uma contextualização precisa e profunda, fruto de uma observação/percepção cuidadosa do tema. Para as narrativas contextualizadas há que se contemplar os nexos, as significações desejáveis à audiência, de modo que esta perceba os sentidos das mensagens a sua vida.
Para que um texto permita ao leitor compreender o tema tratado, é necessário que esse leitor esteja incluído, ainda que momentaneamente, naquele que lhe é informado. O texto que visa uma máxima compreensão nessa perspectiva deve fornecer subsídios suficientes, para que, no momento da leitura, o receptor veja o que viu os personagens, ouça o que eles ouviram, senta o que eles sentiram etc.
Além de humanizar o texto, os personagens garantem sustentação ao fato, uma vez que, o comunicador (deve)fornecer elementos suficientes para que o leitor construa sua compreensão.
POST137
Comments