A Inteligência Emocional nos Relacionamentos
- Bárbara Areias
- 2 de set. de 2020
- 4 min de leitura

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Ser uma pessoa mais racional do que emocional não significa uma anulação das suas emoções, mas um maior conhecimento e domínio delas. Só é possível controlar aquilo que você conhece, portanto, um alto nível de inteligência emocional significa entender o que você está sentindo e o que fazer com esse sentimento.
A inteligência emocional tem quatro pilares:
* Perceber emoções (suas e dos outros)
* Raciocinar a partir do que dizem as emoções (também suas e dos outros)
* Entender o que as emoções significam
* E gerenciar elas
Você passa a fazer escolhas mais conscientes, além de compreender as emoções das outras pessoas, construindo relações e interações mais saudáveis.
Apesar de serem palavras parecidas, os relacionamentos interpessoal e intrapessoal são muito diferentes. Como em qualquer situação de nossa vida, desenvolver ambas essas características é especialmente importante; tanto para ajudar a si mesma, quanto para ajudar outras pessoas.
Precisamos ter inteligência emocional para lidar diariamente com diferentes tipos de pessoas e personalidades, por isso, ter um relacionamento interpessoal bem trabalhado é essencial. No entanto, para que isso aconteça, é preciso trabalhar o relacionamento intrapessoal de forma eficaz.
A comunicação intrapessoal é aquela voltada para uma única pessoa; ela está relacionada às ideias e desejos do indivíduo, é a famosa “voz interior”, o tipo de comunicação que o ser tem consigo mesmo. Neste tipo de comunicação, debatemos as nossas dúvidas e dilemas, nos confrontamos com escolhas e decisões a tomar, buscamos orientações, consultamos nossos princípios e valores. Aqui o emissor e o receptor das informações são a mesma pessoa.
A comunicação intrapessoal antecede a ação do indivíduo: o que falar, como se expressar, como é processada mentalmente a informação que irá influenciar a interação com outros indivíduos.
Autoaceitação: Uma postura positiva com relação a si como pessoa. Inclui elementos como estar satisfeito e de acordo consigo mesmo, respeito a si próprio, se sentir em casa no próprio corpo.
Autoconfiança: Uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa, de fazê-lo bem, sentir-se capaz de lidar com situações difíceis, de suportar as dificuldades, de poder prescindir de algo.
Deve-se construir essas habilidades dentro do seu relacionamento intrapessoal: Humildade; Persistência; Resiliência; Disciplina; Flexibilidade; Motivação e Iniciativa.
A comunicação interpessoal é o método de transmitir ideias, desejos, sentimentos e emoções a outros, transformando em ação o pensamento do indivíduo. Cada um transfere informações baseadas em suas vivências, suas emoções, sua formação educacional e cultural, suas particularidades, e a diversidade destas informações podem causar choques culturais caso os receptores não se portem de maneira mais aberta para receber tais informações.
Competência Social: É a experiência de ser capaz de fazer contatos. Inclui saber lidar com outras pessoas, ter reações flexíveis, conseguir sentir a ressonância social dos próprios atos, saber regular a distância-proximidade com outras pessoas;
Rede Social: Estar ligado em uma rede de relacionamentos positivos. Inclui uma relação satisfatória com o parceiro e com a família, ter amigos, poder contar com eles e estar à disposição deles e ser importante para outras pessoas.
Para se obter sucesso, é importante e necessário que haja preocupação, cuidado, clareza e objetividade da parte dos interlocutores na transmissão das informações. E assim serem capazes de transformar pensamentos em ações, e ações em reflexões.
Como desenvolver a sua IE
Em um artigo para o Harvard Business Review, o psicólogo Tomas Chamorro-Premuzic, professor de psicologia empresarial na University College London e na Columbia University, além de associado do Laboratório de Finanças Empresariais de Harvard, recomendou cinco passos fundamentais para aumentar a inteligência emocional.
1 Transformar o autoengano em autoconsciência
A personalidade, e consequentemente a IE, se molda, principalmente, com base na identidade e na reputação, explica Tomas. A verdadeira autoconsciência consiste em conseguir ter uma visão realista dos próprios pontos fortes e fracos.
2 Transformar o foco em si próprio em foco nos outros
Segundo Tomas, para quem tem níveis mais baixos de IE, é difícil visualizar as coisas pela perspectiva dos outros. Desenvolver uma abordagem centrada nos outros começa com reconhecimento das forças, fraquezas e valores de cada um.
3 Agir de forma que torne a convivência gratificante
A convivência com pessoas que têm mais altos níveis de IE tende a ser vista como mais recompensadora. De acordo com o psicólogo, os mais “recompensadores” tendem a ser mais cooperativos, amigáveis, confiantes e altruístas.
4 Controlar “explosões”
No mundo, não é bom mostrar frustração sempre que surge um problema inesperado, explica o psicólogo. Então, se você é uma pessoa que tem o que ele chama de “muita transparência emocional”, é melhor se moderar. Para fazer isso, é preciso perceber que situações tendem a desencadear sentimentos negativos. Detectando seus gatilhos.
5 Mostrar humildade
A autoconfiança, em certo grau, é vista como um traço inspiracional. Porém, o psicólogo afirma que os melhores líderes são os que parecem ser humildes. Estes transmitem segurança para todos.
“Encontrar um equilíbrio saudável entre assertividade e modéstia, demonstrando receptividade ao feedback e capacidade de admitir os erros, é uma das tarefas mais difíceis de dominar.”
A inteligência emocional é essencial na formação, manutenção e aprimoramento das relações e desenvolvê-la é uma tarefa importantíssima. Como qualquer outra habilidade, a prática é primordial. Ter total controle sobre suas emoções é impossível, se pôr no lugar do outro ao interagir é difícil mas continuar praticando é a chave para dominar os seus sentimentos e relacionamentos.
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